sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Humanos fazem regras que eles não sabem por que existem.

Quer dizer, eles sabem, mas eventualmente eles burlam e eventualmente eles ainda tem autorização pra fazer isso daqueles que mandam nas leis e determinam se elas estão sendo seguidas direitinho ou não.

Veja: sob juramento, você não deveria mentir. Omitir não tem problema - afinal você tem o direito de não criar provas contra você, então ficar quieto pode. Mas falar algo que não é verdade não pode. E daí eles pedem autorização para a justiça para poder mentir mesmo que sob juramento. E mentem com amparo da lei.

É proibido dirigir alcoolizado, mas se ninguém te pega, qual o problema? E se você pega alguém (afinal está dirigindo alcoolizado, portanto não tem controle pleno de suas capacidades físicas e não responde tão rapidamente aos estimulos do que se estivesse sóbrio), é preso e acusado de lesão física culposa. Se essa lesão leva a morte, o homicídio é culposo, também. E por culposo - apesar de a palavra não parecer indicar isso - eles querem dizer que não existia a intensão de fazer o ato. Então você pega seu carro sem condições físicas e legais de dirigir e não queria machucar ninguém? Mas hein?

Mais longe: todos são iguais perante a lei. Mas as chances de você ser punido por ela a depender de sua cor, sexo, idade e condição financeira não são as mesmas. Até porque ajustiça pode ser cega, mas os juizes e jurados não...

E todos são inocentes até que se prove o contrário. O que não torna muito claro como é para ser feita essa prova - e quando fica no "minha palavra contra a sua", ao invés do impate, ganha quem tiver melhor prestígio.

Infelizmente os humanos são assim. E nessa semana eles acabaram matando alguém que se dizia inocente. Sua acusação; ter matado um policial. Havia provas contra ele? Sim, mas, pelo que diz a imprensa, elas não era fortes o suficiente para dizer com certeza que ele era o culpado. E se descobrirem que não era? Depois de morto, não adiantará ser perdoado.

A lei que deveria proteger a vida deveria impedir esse tipo de coisa.

Honestamente? Há momentos em que tenho medo dos humanos....

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Conversar com seres humanos é sempre uma tarefa complicada. E não é só porque eu não tenho muita certeza sobre se eles tem certeza de saber o que estão falando, mas... também porque eles usam expressões que, muitas vezes, não fazem o menor sentido.

A começar pelos ditos populares. Ditos populares, para você que acabou de chegar na terra, são frases de efeito moral cujo sentido por detrás deveria passar algum conselho, ou resumir o que está sendo dito ou... sei lá. A questão é que eles tomam que você deve ser capaz de tirar o que eles querem dizer. E ponto. Por exemplo: água mole em pedra dura tanto bate até que fura. É poético, concorda? Mas... eles não usam como poesia. Veja o exemplo:

"Beotrano é um rapaz com falta de determinação. Sempre que ele quer fazer algo que não é capaz, ele desiste. Um dia seu pai disse a ele "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura" e ele melhorou."

O exemplo acima, cujo nome modificamos para manter o anonimato da pessoa, foi visto por um de nossos enviados à Terra. A grande questão é: o que o pai quis dizer? E como o Beotrano soube determinar o que era dito? Nenhum dos dois é água ou pedra! Quer dizer, humanos tem bastante água em seu corpo, mas são seres de carbono. Além disso, o mais perto de pedras que eles tem no corpo quando estão saudáveis são os ossos e dentes. Eventualmente possuem pedras - no sentido pedregoso da palavra - em seu corpo, também, mas não costumam achar muito bom, então... não acho que seria o caso. A questão foi levada a estudo meticuloso entre os nossos parceiros e associados no planeta, que depois de muito avaliar a situação em si, concluiram que eles deveriam estar se referindo a evolução, num momento em que os seres humanos ainda não eram primatas e nem mamíferos, mas sim um ancestral longinquo, que habitava as profundezas dos rios ou mares. Água e pedra seriam os dois ambientes desse homem: á agua, no passado, e a pedra atualmente. A evolução permitiu que ele saísse de um ambiente e fosse para o outro. E o bater até furar? Simples: agora ele é capaz de bater e furar. Antes ele não era capaz, agora é.

Agora, porque o pai de Beotrano disse isso a ele? Bom, nossas equipes chegaram a conclusão de que ele estava mandando o filho evoluir. Foi a coisa que fez sentido, pelo menos para nós.

Na próxima semana, se ninguém for abduzido e mandar que eu vá cuidar disso, dou outros exemplos.